PARASITOLOGIA - ESTUDO DE CASO

Caracterização da helmintofauna de Helicops leopardinus (Serpentes, Colubridae) do Pantanal Sul, Mato Grosso do Sul.

Helicops leopardinus é uma serpente aquática muito abundante na região do Pantanal. O objetivo deste estudo foi avaliar a helmintofauna dessa serpente aquática que pouco foi estudado até o presente momento.

Foram estudados 49 exemplares da espécie H. leopardinus todas as serpentes necropsiadas foram colhidos o trato gastrointestinal e órgãos acessórios (fígado, pâncreas e baço) e também os pulmões, os quais foram examinados para a presença de helmintos, após a retirada dos órgãos, a cavidade celomática e a musculatura eram também analisadas.

Dos 49 indivíduos analisados, 44 (89,8 %) estavam parasitados por pelo menos uma espécie de helminto. Em 41 indivíduos (93,2 %) foi encontrada pelo menos uma forma evolutiva de nematódeo. Trematódeos foram encontrados apenas em 4 (8,1 %) exemplares e cestódeos em 6 (12,2 %) animais.

As formas adultas de nematódeos encontradas foram descritas como Camallanus serpentis sp. n. (Camallanidae). Os trematódeos foram identificados como Infidum similis (Dicrocoeliidae). Para os cestódeos, apenas foi observada a presença de proglotes imaturas, por isso não foi possível identificar a espécie.

Ao todo, 93,2 % das serpentes estavam parasitadas por pelo menos uma forma evolutiva de nematódeos, e formas adultas foram encontradas em 32,6 % das serpentes. Para cestódeos e trematódeos as prevalências foram inferiores a 12,2 %, o que mostra a dominância dos nematódeos em H. leopardinus neste caso a espécie Camallanus serpentis sp. n. (Camallanidae).

Trematódeos da espécie I. similis foram encontrados parasitando a vesícula biliar em 4 (8,1 %) das serpentes. O estudo relata a espécie H. leopardinus como novo hospedeiro para I. similis, e isso contribui para o conhecimento de trematódeos em répteis no Brasil.

Cistos de nematódeos aderidos à serosa do trato gastrointestinal de Helicops leopardinus

Camallanus serpentis sp. n. parasita de Helicops leopardinus. A) boca, escudos peribucais e papilas; B) Cauda do macho – 7 pares de papilas pré-anais e 4 pares pós-anais (detalhe ampliado no canto direito inferior), sendo um grupo de 3, em forma de triângulo e, outro par, no final do terço anterior da cauda.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Rossellinni, Marco. Caracterização da helmintofauna de Helicops leopardinus (Serpentes, Colubridae) do Pantanal Sul, Mato Grosso do Sul. Dissertação (mestrado) Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Botucatu. Botucatu. sn. 2007.